Archive for the ‘All Power to the GOOD Music’ Category

Ontem (10/5) um dos maiores roqueiros humanitários e politicamente(?) correto avançou na casa da meia-idade. Paul Hewson, Bono Vox para os íntimos, tem muito a festejar se gabando pelo sucesso dentro e fora dos palcos. Em uma entrevista a Veja (argh!) em 2004, ele não titubeia quando questionado sobre uma piada que o compara a Deus: “Sim, eu sou Deus (…). Também dou minha bênção a roqueiros que se empenham em causas nobres. O único senão é que eles têm de morrer na cruz ao completar 33 anos. Falando sério, sempre fui egomaníaco”.

O determinismo agiu descaradamente sobre esse garoto de Dublin. O cenário de conflitos religiosos e nacionalistas, envolvendo atentados terroristas e ações de intolerância bagunçaram a sua cabeça com tendências punks, e estava sendo levado pela enésima vez à diretoria no dia em que foi escolhido pelo baterista Larry Mullen Jr para interar o quarteto U2.

O ambiente portuário, frio e inóspito do Reino Unido, os amores de colégio – participou do primeiro programa com 18 anos – retirada e adaptações de trechos bíblicos…todas essas inspirações já faria as letras de Vox um estrondo nos anos 80, mas a trupe foi além. O engajamento político, com altas doses de acidez e ironia ainda instiga determinados governantes que abusam da pose e pecam nas promessas.

‘Sunday Bloody Sunday’, a plenas batidas de tambores em desfiles militares, é considerada um dos maiores hinos do rock e com peso. ‘Muitos perderam, mas quem afinal ganhou?’, diz o trecho que narra a briga entre católicos e protestantes na terra natal da banda em 1978. ‘Bullet the Blue Sky’, referente aos golpes e insurgências na América Central nos anos 80, floreia os ataques estadunienses às aldeias da Nicarágua e El Salvador.

Na turnê Zoo Tv, a propaganda indiscreta da televisão, Bono ligava no meio dos shows para a Casa Branca para saber de Bush pai como andava a Guerra do Iraque, sempre com uma negativa da secretária. A mais recente ‘Walk On’, ele aconselha Aung San Suu Kyi e seguir firme no ativismo político contra tirania militar na Birmânia. Para não dizer que tudo são flores, abraçou a causa Fome Zero junto a Lula na passagem da banda por aqui, em 2006.

Mas seu foco maior é a África. Liderando campanhas para o perdão das dívidas do continente com os países ricos, avaliar melhor o desperdício de alimentos (Oxfam) e pesquisas para a cura da Aids, encontrou em Mandela um dos parceiros ideais. Fez uma trilha sonora digna de Oscar – literalmente – para sua filmografia, ‘Ordinary Love’.

Feliz aniversário Bono Vox. Continue nessa pegada roqueira, barulhenta e irritante às elites corruptas. E se sobrar tempo, cante nas apresentações do U2.

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family allowance? hummmm

Recentemente o Nirvana foi adicionado ao Rock Hall of Fame, uma espécie de Academia Brasileira de Letras da música nos EUA (talvez a diferença é que só os genuínos imortais entram para o grupo). Krist Novoselic e Dave Grohl, sobreviventes da formação, comparecem à cerimônia que contou com discursos de Michael Stipe (R.E.M.), além dos maquiados Kiss.

Mas memorável mesmo foram os shows . Grohl e o Foo Fighters sempre optaram por não fazer covers, dentre tantos motivos de respeito, talvez para evitar (mais) batalhas judiciais com a maluca Courtney Love pelo espólio de Kurt Cobain.

Na primeira apresentação a cantora Joan Jett (The Runaways) soltou a voz com ‘Smells Like Teen Spirit’:

E, ao término, a sensação do momento Lorde mandando um ‘All Apologies’:

Outstanding!!

A Rádio Kiss FM, que sempre defendeu a boa música, mais uma vez provocou em sua propaganda. Nela mostra um rapaz adepto de músicas de qualidade muito aquém de suas divulgações e ‘chicletismo’ (o quanto ela gruda na nossa cabeça), sendo atacado por um exorcista roqueiro.  O título de Endorcismo veio bem a calhar.

As referências são claras aos amantes da boa música: álbuns do U2 e Bob Dylan, rosto de Neil Young, modelito Steve Ray Vaughan e aparições de Jimi Hendrix.

A dança do cavalinho foi a melhor…OU PIOR!

fonte: http://literatortura.com/

Já saiu em todos os blogs possíveis mas música boa somado de criatividade a gente tem que divulgar (a ordem não importa). A dupla 2Cellos (canal 2CELLOSlive no youtube) adaptou clássicos do pop rock no violoncelo.

A última chamada foi Thunderstruck, do AC/DC:

 

Eles tocam um só instrumento (ou vários) ao mesmo tempo, como nessa versão de Every Teardrop is a Waterfall, do Coldplay:

 

Pra quem duvida, tem as versões ao vivo. Nada mais nada menos do que Where The Street Have no Name, do U2:

 

Que tal uma ‘batalha’ com Steve Vai?

 

Duvido que eles saibam tocar grunge…OH WAIT!

 

Bom, taí mais uma prova de que o rock se adapta em qualquer estilo musical. Já o contrário…

Galinha Pintadinha e Patati-Patatá que me desculpem, mas por um acaso descobri a fórmulo perfeita para embalar a sono de bebês: rock and roll versão cuti-cuti. Obrigado Rockabye Baby! e alexncce!

 

 

 

 

 

 

 

A obra do prisma pinkfloydiana tem mensagens que até L. Frank Baum duvida. Mas como seria a capa do álbum de acordo com cada música ali contida? A maioria é óbvia, mas….

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Parabéns pelos 45 anos muito bem vividos multi-músico. Baterista de várias bandas, entre elas um certo Nirvana, líder do Foo Fighters e irreverente ‘showman’!

 

 

 

 

 

 

bônus: Momento politicamente correto – e nada engraçado – do bom moço. Dá-lhe!

Boas energias, realizações e promessas cumpridas em 2014, ou o ano da Copa. ¬¬

 

 

 

 

 

“So who’s chasing you? Where did you go?

You disappeared mid-sentence in a judgement crisis

I see my anecdote for it, you weakened shell”

Oito anos tinha nessa época. Lembranças de uma perda irreparável (Senna) e uma conquista improvável (tetra).

Enquanto no Brasil impera a incoerência entre biógrafos e artistas, resolvi apelar para a leitura de um dos artistas mais idolatrados – senão o mais – da história do country e dos rock nos Estados Unidos, Johnny Cash. O livro originalmente foi publicado em 1997, época em que Cash dava seu último tiro de consagração no cenário musical. O cantor faleceu em 2003.

O jornalista Patrick Carr contribuiu para que o texto se ajeitasse e Johnny não economiza em seus feitos na primeira pessoa. Por não usar a linha comum (e às vezes maçante) das biografias – nascimento, infância, primeiros trabalhos, carreira artística e curtindo a velhice – talvez seja o mais interessante do livro. Muitos artistas optam pelo modelo para convencerem os fãs que alçaram o sucesso a duras penas.

Ao invés disso, o menino pobre, nascido e crescido nas fazendas de algodão do Tennessee, preferiu focar as temáticas que mais lhe alegraram e perturbaram em toda sua trajetória aos 65 anos de idade.

Um dos problemas relatados, encarado como trauma, diz respeito ao acidente com o irmão Jack na adolescência. Cash detalha o ocorrido desde a premonição feita por ele momentos antes até o dia do óbito no hospital.

O vício em anfetaminas foi outro aspecto abrangido na obra. Rotina desregulada, temperamento explosivo, depressão e isolamento de entes queridos e o momento de redenção e reviravolta, graças à família da amada June Carter.

A religiosidade do artista pode ser o ‘ponto de equilíbrio’ do livro. Cash depõe todo seu amor a Deus sem que seus relatos pareçam uma pregação barata de igrejas intolerantes. A leitura constante da Bíblia e outros textos sagrados só reforçam tentativas de casar estilos musicais com o gospel.

Parcerias e amizades dão a entender a simplicidade de Johnny para elogiar quem esteve próximo em tempos de disputa saudável entre country e rock a partir dos anos 60. Roy Orbison, Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e Willie Nelson são apenas alguns entre tantos.

Em uma era de decadência musical em se tratando de conteúdo, vale a leitura e o download das músicas do Man In Black no epílogo. O livro é muito mais que a cinebiografia ‘Johnny & June’, estrelado pelo brilhante Joaquin Phoenix e a insossa Reese Witherspoon.

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